sexta-feira, maio 31, 2013

Elegancia é fundamental

Li esse texto no Vila Mamífera, gostei bastante e quero compartilhar.


Elegância é fundamental!

Quando uma mulher gesta, parece que todos a sua volta gestam também. Gestam a expectativa da chegada desse bebê,e por isso é muito normal que todos queiram visitar o novo membro da família o quanto antes!
A expectativa é tão grande que muitas vezes, sem querer até, os amigos e familiares pressionam para a chegada desse bebê.
Telefonemas, emails e recados pelas redes sociais são bem comuns: “E aí? Nada desse bebê nascer? Vai passar da hora hein?”. “Quando chega o bebê?”. “Me avisa quando você for ao hospital???”.
Pessoal!!!! Deixem essa mulher gestar em paz! O bebê virá na hora que tiver que vir! É óbvio que não dá pra avisar todo mundo que pede o momento que a mulher está de saída para o hospital. Primeiro porque se ela estiver mesmo em trabalho de parto ela nem vai lembrar da sua existência. Segundo, porque é um momento íntimo. Todo mundo que vai fazer sexo, para tentar engravidar avisa os amigos e familiares? “Mãe, pai, amiga! Estou indo ali, dar uma transadinha com o fulano para tentar engravidar!”. Parto é a mesma coisa. Não peça e não espere ser avisado.
Bom. O momento do bebê nascer se aproxima, e por acaso, alguém mais íntimo da família deixou escapar que a mulher está em trabalho de parto. Não tem coisa mais desagradável do que um telefone tocando insistentemente nesse momento. Se você ficou sabendo que essa mulher está em trabalho de parto, o que você tem a fazer é NÃO ligar, NÃO aparecer na casa dessa família ou no hospital. Cada trabalho de parto é um, alguns levam muuuuuuuuuuuitas horas e você não poderá ajudar ou antecipar esse nascimento. É um momento íntimo da mulher (ou do casal) e, no máximo, da equipe que esse casal contratou. Por mais que você seja um (a) amigo (a) íntimo (a) pode ter certeza que sua presença não será bem vinda.
O período pós-parto  é um período tão delicado quanto o período que antecede o parto. Mãe e bebê estão se conhecendo, estão se adaptando a uma nova rotina. É um período difícil, onde muitas vezes a mãe precisa se recuperar ou de um intenso trabalho de parto, ou de uma cirurgia. Além disso é o período onde se estabelecerá o vínculo, mãe-bebê, pai-bebê (se houver) e a amamentação. E amamentar para a maioria das mulheres não é fácil, não é simples. Além disso até que o bebê estabeleça uma rotina de sono, essa mãe provavelmente estará sem dormir direito, estafada e a ultima coisa que ela deseja será fazer sala para visitas.
O papel do pai, ou de alguém que esteja próximo à essa mulher (mãe, amiga, irmã), é muito importante para estabelecer regras e limites para as visitas. Por tanto, pai, avó, irmã, cunhada, amiga: não sintam-se constrangidos em barrar uma visita se essa chegou sem avisar e fora de hora!
Para não cometer nenhuma gafe, leia abaixo algumas regras de etiqueta que a Dra Melania Amorim (obstetra, ginecologista e mãe do André e do Joaquim), a Renata Olah (Doula) e eu preparamos:
1 – Se a mãe DESEJAR visitas na maternidade, aproveite esse momento para visitá-la, pois no hospital ela e o bebê estarão sob cuidados da equipe médica e o local terá estrutura suficiente para receber bem as visitas, o que pode não ser uma realidade na residência da gestante. Entretanto, no hospital, não visitem no primeiro dia!! Se o trabalho de parto foi longo e ela ficou a noite inteira sem dormir, ela precisará descansar.
Caso você não faça a visita na maternidade, então ESPERE!!!
Os primeiros dias pós-parto são desgastantes, e a mãe além de cansada certamente estará sentindo alguns desconfortos…
Por isso segure a sua ansiedade, e em torno de 15 a 30 DIAS pós-parto ligue para combinar a sua visita. Após esse período a família estará mais organizada e calma para te receber.
2 - NUNCA, mas NUNCA MESMO, chegue sem avisar (mesmo sendo mãe ou sogra da mulher). O pós-parto é um período em que a mãe deve se dedicar exclusivamente ao seu bebê e ao seu bem-estar. Por isso, se você aparecer do nada pode acabar encontrando uma mulher descabelada, desarrumada, às voltas com cuidados com o bebê ou então dormindo!!!
3 - SEMPRE ligue para combinar um horário.
Casa com bebê novinho não tem horários fixos, e a sua visita deve ser o conveniente para mãe e bebê, e não para você.
CHEGUE NO HORÁRIO COMBINADO, não se atrase nem se antecipe.
4 - NÃO PEÇA PARA PEGAR NO BEBÊ. Além de você estar trazendo os germes da rua, o que pode preocupar algumas (várias) mães, você corre o risco de ela dizer “não” (com toda a razão) e você ficar sem graça. Também não toque ou beije o bebê, pelo mesmo motivo.
5 - SE a mãe permitir e você for segurar o bebê, lave bem as mãos. Isso a deixará bem mais tranquila!
6- NÃO queira acordar o bebê, e tampouco “esticar” a visita até que ele acorde, o que pode prolongá-la indefinidamente e impacientar a mãe. A prioridade é o conforto do bebê, que deve dormir sossegadamente…
7 – NÃO se preocupe em dar presentes para o bebê. Na visita pós-parto, vale mais levar alguma refeição ou lanche, do que presentes. Mas se isso for muito importante para você, então opte porpresentes úteis e se possível, que a mãe vá usar logo!
8- Se estiver doente, NÃO visite. Acho que dispensa explicações!!
9- Pergunte se ela está precisando de alguma coisa. Se não sabe o que fazer numa visita pós-parto, veja então se a mãe está precisando de alguma ajuda com a casa. Lavar uma louça, varrer a sala, ficar de olho no bebê enquanto ela toma um banho gostoso…
10- NÃO julgue! Lembre-se a nova família está em adaptação, se conhecendo ainda… e mesmo que seja tudo muito recente, NÃO interfira na rotina que a família estabeleceu… nem fale sobre a sua experiência sem que alguém tenha te perguntado. Isso é desagradável. Além disso, cada família tem seu modo de agir…Portanto, deixe seus palpites, histórias negativas e qualquer outro tipo de comentário na porta de entrada. Cada casal cuida do seu bebê da forma que bem entendem, e ninguém tem nada a ver com isso!!!
11- Lembre-se…. bebês mamam! E nem toda mãe se sente confortável em dar de mamar na frente dos outros. Antes de ser mãe ela não expunha seus seios para os amigos… porque deveria fazer isso agora??? Talvez seja uma boa hora para encerrar a visita… ou então não se sinta mal, se a mãe se ausentar para dar de mamar.
12 – A visita deve ser CURTA, no máximo 30 minutos, a menos que expressamente a mãe convide você para ficar. Não fique esperando que a mãe te dê o máximo de atenção. Agora ela não está em momento de fazer “social”. Deixe para por o papo e colocar as novidades em dia em outra ocasião. Prolongar a visita irá interferir na rotina da casa e perturbar os cuidados com o bebê.
13 – Nunca dê conselhos para a mãe. Se ela quiser ela pedirá. Não é porque você já tem 10 filhos que você saberá o que é melhor para aquela mãe e aquele bebê!
14 – Nunca, em hipótese alguma, diga para a mãe darmamadeira com leite artificial. A mensagem que você passa para ela é que o leite dela é fraco e ela não é capaz de amamentar. Tenha certeza que essa mulher irá nutrir por você um sentimento nada bom pro resto da vida dela. Se quer ajudar, fale para ela procurar ajuda de uma especialista em amamentação, ou para procurar ajuda no banco de leite mais próximo dela.
15 – Se a mulher foi submetida a uma cesárea, está debilitada. Não visite a menos que seja para ajudar nos afazeres domésticos, cuidar da roupa e da comida para que ela possa se recuperar mais rapidamente.
E não esqueçam do maaaaaaaaaaaaaais importante: o pós-parto é um momento de grandes alterações físicas, hormonais, emocionais, sociais. A mulher precisa se sentir bem e descansada para produzir leite adequadamente. Então, DÊ UM TEMPO para ela!! NÃO A ESTRESSE!! 
A máxima do pós-parto é: SE NÃO FOR AJUDAR, NÃO ATRAPALHE!!
E você? Tem alguma dica? Envie para mulheresempoderadas@yahoo.com.br
Beijos
Gisele Leal
Fonte: http://vilamamifera.com/mulheresempoderadas/elegancia-e-fundamental/

Sobre o autor

Bióloga, Doula, Orientadora Peri-natal, ativista pela humanização do parto, mãe de 3 e gestando o bb4 :D
Sou Bióloga, formada pela Puc Campinas em 1997. Minha primeira filha, Beatriz, nasceu em 1998, e m 2007 nasceu o Arthur ambos de prováveis cesáreas desnecessárias. Em 2010 me vi grávida novamente, e inconformada com a notícia de que teria que agendar minha cesárea. Busquei informações, me preparei, me empoderei e assim, nasceu Catharina de um parto natural maravilhoso após 2 cesáreas, após 42 horas de bolsa rota e com parteira e doula num hospital em São Paulo. A experiência do parto mudou minha vida. Em apenas um mês do nascimento da Catharina escrevi um livro e publiquei o blog Mulheres Empoderadas. Menos de um ano após, larguei carreira de 14 anos na indústria onde eu atuava como gerente de qualidade, e vivia dividida entre as pontes aéreas e viagens internacionais e minha família. Então me capacitei como Doula pela ANDO – Associação Nacional de Doulas em abril de 2011, embora já acompanhasse eventualmente a gestação e parto de amigas e primas desde Outubro/2010, tamanha era a minha vontade de estar nesse meio. Ainda em 2011, inconformada com o modelo de assistência obstétrica no nosso país, reuni doulas, parteiras, mães e simpatizantes do movimento de humanização e juntas fundamos o MAHPS – Movimento de Apoio á Humanização do Parto em Sorocaba, elaborei o projeto Doula Social para ser implementado no SUS e comecei a atuar voluntariamente em um hospital público de Sorocaba. Em apenas 14 meses de MAHPS, idealizei e coordenei a organização de 2 encontros voltados à Humanização do Parto e Nascimento e um Encontro Nacional de Parteria Urbana, além de mais de 22 encontros do grupo de apoio à gestantes. Em 2012 fiz o curso de Formação em Parto Ativo com a Janet Balaskas, inglesa, precursora do conceito Parto Ativo e ingressei no curso de Obstetrícia da USP.

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